Você sabia que uma das cartas náuticas mais antigas do mundo é a do Planisfério de Cantino, de 1502, onde aparece o Brasil e a Linha de Tordesilhas?
As Grandes Navegações tiveram início no século XV e estenderam-se ao século XVI, visando explorar o Oceano Atlântico e expandir os horizontes traçados até então. Uma das principais finalidades era a de descobrir novos caminhos marítimos para alcançar outros continentes. É nesse cenário que surgem as cartas náuticas.
Muitos navios atualmente possuem o sistema de GPS, mas isso não torna o uso da carta náutica menos importante. É recomendado mesmo para as embarcações que possuem o sistema de navegação utilizarem as cartas para se guiarem. Mas por quê?
Caso o sistema eletrônico da embarcação falhe, você estará em alto mar sem ter ideia de para onde ir. A situação poderia piorar caso você se encontrasse em uma situação de pouca visibilidade, arriscando colidir com a embarcação com as pedras, por exemplo.
Nesse sentido, aprender a navegar com o uso de cartas náuticas se torna essencial para se sentir mais confortável e estar preparado para emergências. Esse é um dos motivos pelos quais as embarcações são obrigadas a possuírem a versão mais atualizada da carta da região.
O QUE SÃO AS CARTAS NÁUTICAS?
As cartas náuticas são consideradas documentos cartográficos, resultantes de levantamentos obtidos em áreas marítimas e cujo objetivo é servir como base para a navegação. Diferente das cartas celestes, que funcionam como guia de navegação através das estrelas, as cartas náuticas trazem outras informações relevantes.
Elas basicamente funcionam como os mapas, mas com o intuito de mostrar aspectos importantes da área e atender as exigências da navegação marítima.
Geralmente são construídas na Projeção de Mercator e fornecem informações como profundidade, perigos à navegação (como pedras submersas, cascos e outros obstáculos) altitudes, linha de costa, contorno das ilhas, elementos de marés, correntes e outros indicares necessários.
A carta náutica mais antiga já publicada é datada em 1502 sendo chamada Planisfério de Cantino, representando as descobertas marítimas realizadas pelos portugueses. Ela se trata, na verdade, de uma cópia de uma carta com grandes dimensões que ficava aos cuidados da administração de exploração da exploração e colonização de terras, em Lisboa, Portugal.
Se formos traçar uma analogia, podemos dizer que elas funcionam quase como um banco de dados e funcionam basicamente como uma representação gráfica do trajeto e seus riscos, possibilitando assim, uma navegação segura.
Essas publicações são realizadas oficialmente pelo Governo do País ou sob a supervisão do Departamento Hidrográfico e as normas técnicas para a construção desse material são determinadas pela Organização Hidrográfica Internacional (OHI), que entrou em vigor no ano de 1970.
As cartas náuticas podem ser divididas em dois macros grupos:
- Formato analógico: impressão realizada em papel, normalmente em grandes formatos, mas que podem estar em formato de livro ou cartões.
- Formato digital: sites, aplicativos ou CD-ROM.
Ainda existe o que chamamos publicações náuticas. Elas, diferentemente das cartas, podem possuir o formato de livro (por isso o nome publicação) e possuem informações específicas para cada modelo. Esses dados são complementares as cartas, e servem para traçar as informações necessárias para percorrer um trajeto seguro.
Nessa publicação existem informações como a localização dos astros, nascer e pôr do sol, dentre outros, especificadas por dias da semana e também datas do ano.
COMO LER UMA CARTA NÁUTICA
Os navegantes utilizam as cartas náuticas para traçar rotas mais eficientes entre os portos. Elas servem para percorrer o trajeto sem preocupações com a embarcação e por seu papel, elas têm mais importância e eficiência do que os mapas, por se tratarem de um registro mais simplificado.
Por se tratar de um compilado de conhecimentos importantes, ela acaba por assustar os marinheiros de primeira viagem. Entretanto, depois que você se acostuma com a leitura dessas informações, é fácil tirar de letra essa tarefa!
Alguns símbolos e termos importantes para a leitura das cartas náuticas são:
- Escala da carta;
- Marcas de profundidade e linhas de contorno;
- Marcas de distância;
- Rosa-dos-ventos.
Para realizar a leitura da carta, é necessário apenas o uso de poucos materiais, como: régua, compasso, lápis e cronômetro. Usando a régua, compasso e lápis é possível medir a direção e a distância dos pontos do curso e marcá-la na carta náutica. O cronômetro é utilizado para rastrear o quanto do percurso foi realizado e ajudar os capitães a permanecer no curso.
Se você gosta de acompanhar as notícias, curiosidades e conteúdos exclusivos sobre o mercado da navegação, basta ficar de olho no nosso blog!
