• [email protected]
  • +55 (27) 3019 - 3681
  • 9 9282 - 5359
  • 9 9949 - 5086
  • Oceanos estabelecem novo recorde de temperatura na última semana

    Recentemente, revelações destacam que os oceanos atingiram a sua temperatura mais alta já registrada, principalmente devido ao contínuo fenômeno das mudanças climáticas, o que acarreta implicações sombrias para o futuro do planeta.

    Nos últimos dias, a temperatura média diária global da superfície do mar atingiu 20,96°C, estabelecendo um novo recorde que supera o anterior de 2016. Esses resultados foram reportados pela Copernicus, uma agência de mudanças climáticas da União Europeia.

    Essa leitura de temperatura atual excede significativamente a média típica para esta época do ano.

    Os oceanos desempenham um papel crucial na regulação do clima da Terra. Eles servem como reservatórios de calor, geram aproximadamente metade do oxigênio do planeta e controlam de maneira intricada os padrões climáticos.

    Águas mais quentes possuem uma capacidade diminuída de absorver dióxido de carbono da atmosfera, consequentemente exacerbando o aquecimento global. Elevados gases de efeito estufa atmosféricos aceleram o derretimento de geleiras que alimentam o oceano, causando a elevação do nível do mar.

    O impacto de oceanos mais quentes e ondas de calor se estende a espécies marinhas como peixes e baleias, provocando migrações em direção a águas mais frias, interrompendo assim as cadeias alimentares marinhas. Especialistas alertam sobre possíveis perturbações nas populações de peixes.

    Impacto nos Ecossistemas

    Certas espécies predadoras, como tubarões, podem manifestar comportamentos mais agressivos devido à confusão aumentada em temperaturas mais altas.

    “No momento, está ocorrendo um branqueamento generalizado de corais em recifes rasos da Flórida, nos Estados Unidos e muitos corais já pereceram”, relata Kathryn Lesneski, que está monitorando de perto uma onda de calor marinha no Golfo do México em nome da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica.

    “Estamos submetendo os oceanos a mais estresse do que em qualquer outro momento da história”, adverte Matt Frost do Laboratório Marinho de Plymouth, no Reino Unido. Ele enfatiza que a poluição e a pesca excessiva também contribuem para o estresse dos oceanos.

    A cronologia deste recorde de temperatura é motivo de preocupação para os cientistas.

    “Março deveria ser quando os oceanos globalmente estão mais quentes, não agosto ou setembro. O fato de estarmos observando esse recorde agora me deixa ansiosa sobre o quanto o oceano poderá ficar mais quente entre agora e março do próximo ano”, expressa Samantha Burgess, do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus.

    Emissões de Gases de Efeito Estufa

    Cientistas afirmam que o aquecimento dos oceanos está diretamente ligado às mudanças climáticas, uma vez que os oceanos absorvem a maior parte do calor resultante das emissões de gases de efeito estufa.

    “Quanto mais combustíveis fósseis queimamos, mais calor em excesso os oceanos absorverão, o que significa que levará mais tempo para estabilizá-los e trazê-los de volta aos seus níveis anteriores”, explica Burgess.

    Este novo recorde de temperatura média supera a marca de 2016, quando a flutuação climática natural conhecida como El Niño estava em pleno vigor e em seu ponto mais forte.

    Um novo El Niño já começou, embora em um nível fraco, indicando que as temperaturas oceânicas provavelmente excederão a média nos próximos meses.

    Esses novos dados de temperatura foram observados após uma série de ondas de calor marinhas neste ano, afetando regiões como o Reino Unido, o Atlântico Norte, o Mediterrâneo e o Golfo do México.

    Na Flórida, a temperatura da superfície do mar recentemente atingiu 38,44°C — semelhante a uma banheira de hidromassagem. Normalmente, as temperaturas deveriam variar entre 23°C e 31°C, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).

    As ondas de calor marinhas dobraram em frequência entre 1982 e 2016, tornando-se mais intensas e prolongadas desde a década de 1980, conforme apontado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

    Embora as temperaturas do ar tenham experimentado aumentos significativos nos últimos anos, os oceanos demoram mais para aquecer, apesar de terem absorvido 90% do aquecimento da Terra devido às emissões de gases de efeito estufa.

    No entanto, agora há sinais de que as temperaturas oceânicas podem estar aumentando. Uma teoria sugere que muito calor foi armazenado nas profundezas do oceano, ressurgindo agora, possivelmente ligado ao El Niño, como sugerido por Karina von Schuckmann, da ONG Mercator Ocean International.